Ninho

2004/09/03

Luis Sttau Monteiro

No conjunto de autores portugueses não sendo dos mais “badalados” foi um dos autores que mais me marcou, pela sua obra, mas em especial pela sua personalidade.
A Luís Sttau Monteiro devo muito do pouco que sei sobre literatura.
Autor de uma obra mais qualitativa que quantitativa que aconselho vivamente, em Auto da Barca Com Motor Fora de borda, transporta-nos até Gil Vicente, segundo uma perspectiva muito própria da sua interpretação.

Foi escritor e dramaturgo. Filho do jurista e diplomata Armindo Monteiro, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, mas apenas exerceu a profissão durante dois anos.
Iniciou-se na escrita com o romance Um Homem não chora (1960) a que se seguiu Angústia para o Jantar, em 1961, obra que o consagrou como autor de notável visão criticista da sociedade portuguesa da época.
A sua forma amarga e irónica, mas contundente, que põe a nu as contradições históricas, políticas e sociais que afectaram Portugal, tornou-o num dos maiores representantes da dramaturgia nacional do pós-guerra, que só terá equivalente em Bernardo Santareno.
Em 1961 escreve também Felizmente há Luar, uma interpretação histórico dialéctica da realidade nacional, onde investe a técnica realista do dramaturgo Bertolt Brecht, uma das suas maiores influências. Nessa feliz narrativa da figura de Gomes Freire de Andrade, Sttau Monteiro faz do teatro um instrumento didáctico e inovador.